A cada uma dessas designações para estados de “alma” e/ou disposição para certas ações corresponde um sistema real de estímulos no qual, a um primeiro contato, não é necessário estabelecer a proporção do que é geneticamente determinado ou culturalmente adquirido. Podemos admitir que cada um desses impulsos é membro de um sistema que trabalha de forma ordenada e harmoniosamente e, como tal, é indispensável a vida humana.
A tentativa de se classificar ódio, amor, fidelidade, desconfiança, etc., em sentimentos “bons” ou “maus” é nonsense, quando se sabe que eles são componentes de um sistema que funciona como um todo, e é tão tola como se perguntar, por exemplo, se a tiróide é boa ou má, em função de sua importância hormonal no metabolismo do corpo humano.
A atual concepção de que podemos dividir tais noções em boas e más, de que amor, fidelidade e confiança são em si bons, e ódio, infidelidade e desconfiança são em si maus, acontece unicamente porque, geralmente, em nossa sociedade, há falta dos primeiros e excessos dos segundos. Amor demais estraga inúmeras crianças cheias de esperanças.
O equilíbrio é fundamental em tudo, e há de se questionar os estigmas que envolvem as situações, sentimentos, emoções, etc., que possuem pré-conceitos ruins. Há também de parar de se evitar o mau, já que faz toda a diferença encará-lo como complemento ao bom, e não como seu oposto.
