(continuação do post anterior...)
O mundo dos jornalistas é possuidor de conflitos, concorrências, hostilidades. Diz-se sempre, em nome do “credo liberal”, que o monopólio uniformiza e a concorrência diversifica. Nada contra a concorrência, mas, quando ela se exerce entre jornalistas ou jornais que estão sujeitos às mesmas restrições, pesquisas de opinião e anunciantes, ela homogeneiza. Da mesma maneira, nos jornais televisivos ou radiofônicos das emissoras de grande difusão, no melhor dos casos, ou no pior, só a ordem das informações muda. Ocorre também uma espécie de interleitura comprovada: para fazer o jornal televisivo do meio-dia, é preciso ter visto as manchetes do 20 horas da véspera e os jornais da manhã.
A televisão não é muito propícia a expressão do pensamento. Um dos maiores problemas levantados por este meio é a questão das relações entre o pensamento e a velocidade. Pode-se pensar com velocidade? Será que a televisão, ao dar a palavra a pensadores que supostamente pensam em velocidade acelerada, não está condenada a ter e criar apenas fast-thinkers?
Com sua urgência, a televisão produz fast-food cultural, “idéias feitas”, aceitas por todo mundo, banais, convencionais; mas também são idéias que quando as aceitamos, já estão aceitas, fazendo com que não haja problemas na recepção. Para que haja pensamento, o tempo é necessário para que se “fragmente” as idéias.
"pema sem pena"
Há 8 meses