sexta-feira, 29 de junho de 2007

sentiment o meu

Muitas vezes nós, seres demasiadamente humanos, nos vemos divididos entre razão e emoção, sonho e realidade, terra e ar. Uma vida sem as variáveis relacionadas a grana e estabilidade, na maioria dos casos, nos daria cursos distindos e mais de acordo com os nossos sonhos. Mas temos que pagar as contas no fim do mês, temos que comprar um carro novo e temos que “crescer”.

É muito difícil, depois de tanta cultura do “crescer” saber separar a “exigência sócio-econômica” e a vaidade que nos plantam dos nossos verdadeiros sonhos. Quando percebe-se, você está sonhando com um cargo melhor, com um carro melhor, com uma casa melhor e assim vamos crescendo pros lados, pouco pra frente. Você já se questionou se seus sonhos estão de acordo com seus sentimentos? Se seus sonhos são realmente seus? É a realização desses sonhos que fará você dormir com a sensação tranquila de ter feito o máximo por aqui e por você?

É preciso coragem pra seguir e assumir nossos sentimentos. Admiro quem o faz e os tenho como referência. Um dia eu chego lá.

Enquanto isso, sigo sonhando.

...

em cada sentimento meu
um sonho desgarrado
desperta uma contradição
um novo aprendizado
que possa me levar
mais perto do lugar
que me permita conhecer...

... cada sentimento meu
buscando liberdade
em meio a vaidade
que ofusca a coragem
pra seguir
e encontrar, e encontrar
um novo sentimento meu...

...que me faz parte
e me reparte
em dever e arte
e no fim devo rever
quem deixo aparecer...

...pois quem não tem vergonha é mais feliz,
é mais feliz.
escuta o que o sentimento diz,
é mais feliz.

em cada sentimento meu
um sol desafinado
um lá menor, um dó maior
não tenho dó do meu
maior pecado
que é desconhecer
e não reconhecer...

...um bobo sentimento meu...

...que me faz parte
e me reparte
em dever e arte
e no fim devo rever
o que vai me deixar viver...

...pois quem não tem vergonha é mais feliz,
é mais feliz
escuta o que o sentimento diz,
é mais feliz.

...














O peso de um sentimento (Karla Testa)

quinta-feira, 28 de junho de 2007

introdução

Hoje eu voltei a ter e escrever em um blog. Há poucos anos (2003), criei o meu primeiro blog. Na época, senti uma necessidade de fazer algum tipo de arte, de expressar-me de alguma forma. Antes, vale lembrar que sou músico e vivia, há aproximadamente um ano, um vazio artístico completo graças ao fim da banda que eu tocava. Eu pensava, pensava, pensava e não mais criava. Então, sem qualquer pretensão de público e comentários, num belo dia resolvi fazer um blog. Lembro-me que era bom demais: adorava fazer os textos, postar e ficava lendo, relendo e aquilo já fazia valer a pena.

Ninguém no trabalho sabia e só divulguei pros melhores amigos. Esses indicaram os textos pra outros amigos e, em um mês, o blog já bombava de gente. Depois, não sei como, minha família descobriu que escrevia e, além de um belo esporro (sabe como é mãe, né? acha tudo que o filho faz bonito e eu tive que ouvir um “poxa meu filho, você faz uns textos tão legais e não avisa nada pra gente?!”), indicavam o endereço. com aquele típico orgulho familiar. Também passei a ser indicado em vários outros blogs legais e indicava um monte de gente no meu. Passei a fazer parte de uma rede muito interessante. Enfim, pra expectativa que eu tinha, o treco tomou proporções gicantescas! Mas não há do que reclamar pois, por mais inesperado, era legal ler os comentários da galera e viver aquela interação. Afinal, ta pra nascer o cara que pensa em arte só pra ele. Se eu, lá no fundo, não quisesse dividir o conteúdo com alguém, que salvasse no computador e ponto.

Sei que lá pelo final de 2003, mudei de emprego (era estágio na época) e fui trabalhar em uma empresa que exigia muito mais tempo de mim. Além do mais, era último período da faculdade e, quando percebi, tinha largado aquele que passou a ser um excelente passa-tempo. Quando parei de escrever, as pessoas me cobravam atualizações e eu sempre respondia, com a cara mais lavada, que “depois que a poeira baixar, eu volto a postar”. A frase virou até bordão de tão comunicada. E, convenhamos, esse é o típico pronunciamento de quem não voltará a fazer. É aquela típica situação da pessoa que diz que precisa voltar pro curso de inglês, ou precisa voltar a praticar esportes ou precisa voltar pro regime. Me desculpe o termo mas, porra nenhuma! A grande maioria não volta mesmo! De qualquer forma, pouco tempo depois eu voltei a tocar, compor e não parei até hoje. Penso que esse “espaço”, essa necessidade de expressão e arte estava, de alguma forma, preenchida.

Mas eu quero mais. E hoje voltei a escrever. E eu disse que eu voltaria, lembram? Tudo bem que a “poeira” já baixou, levantou, baixou de novo e isso é um ciclo inevitável, não tem jeito. Mas eu voltei.

Bom, comecei esse texto pra dar a deixa sobre o que pretendo postar por aqui. Hoje, espero fazer desse espaço de um mix de pensamentos, reflexões, coisas do cotidiano e, claro, música. Espero dividir toda arte que se manifesta em mim, seja ela de enredo verdadeiro ou fictício. Pode ser que o espaço venha a ser usado para outros fins... sei lá. Só o tempo vai dizer o que isso pode se tornar. O bom é que, só de começar a escrever, a cabeça vai trabalhando e idéias de textos vão rapidamente surgindo. Aos poucos vou colocando uns links de lugares legais onde pode-se ter ótimas experiências com uma boa leitura ou uma boa música. Devagarzinho também vou dando uma cara pro espaço.

Procurei o endereço do outro blog para postar aqui e não encontrei. Acho que a inatividade fez com que tirassem o coitado do ar. E o pior é que eu não tenho nem um backup dos textos. Mas deixa estar.

Indicações de hoje (de onde eu tirei isso? empolguei-me...):
- Livro: Santa Maria do Circo (David Toscana)
- Filme: O labirinto de fauno
- Música: O Teatro Mágico (
www.oteatromagico.mus.br)
- TV: Programa Re[corte] Cultural - TVE Brasil

Até amanhã, gente rara.

início

Começou.

Resolvi subir novamente na pedra mais alta.
Resolvi voltar a variar e agir sobre o mesmo tema,
a vida.
Não só a minha vida, mas sobre a vida.
Sobre a vida e sob a vida.
Seja bem vindo.
Sinta-se à vontade.