quarta-feira, 14 de maio de 2008

musical

Revirando arquivos antigos, encontrei isso daqui. Escrevi há dois anos... Um release resumido da minha vida musical. Não lembrava mais que tinha escrito isso e, quando li, achei legal dividí-lo com quem passa por aqui.

=)
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A música entrou na minha vida por meio de sensibilidade e percepções, que, para mim, sempre foram além do mundo das notas e acordes.

Quando criança, no final dos anos oitenta, veio a identificação com bandas nacionais como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial e RPM. As internacionais ficavam por conta do A-ha, além “febre” que se instalava no Brasil, chamada Guns n’ Roses. A rapaziada da Tijuca, onde nasci e vivi até os 12 anos, trocava fitinhas K7 com gravações de rádio e sempre estava junta pra “tocar guitarra” em raquetes de tênis.

A vontade de, realmente, tocar a melodia e cantar as letras de Renato Russo e o sonho de um dia solar como o Slash, me levaram a estudar música em uma escola do bairro. Lá, fazia aulas de canto e violão e, posteriormente, me aventurei pelas teclas de um piano.

Minha família queria paz e sossego, e foi busca-los em Cabo Frio. Nos mudamos pra lá e, por um tempo, afastei-me dos instrumentos. Pude comprovar como era difícil mudar de cidade, amigos, “primeios amores” e tudo mais no início de uma adolescência que parecia estar definida. Pelo menos pra mim.

Os acordes estavam distantes das minhas mãos, mas os ouvidos foram presenteados de novas sensações. Com as amizades da nova cidade, também vieram os CD’s e pude conhecer a MPB de Milton Nascimento e Elis Regina, o Samba de Noel Rosa e o Rock, até então obscuro para mim, de bandas como Beatles, Silverchair, Metallica, Aerosmith, Bom Jovi, entre outras.

Foi a morte de uma pessoa, musicalmente, muito importante para mim que me fez tirar a poeira e trocar as cordas do violão, aparentemente, numa forma de deixar tudo aquilo que Renato Russo e a Legião Urbana fizeram ainda vivo para mim. Dessa vez, a minha relação com o violão não teria mais intermediários e, agora, revistinhas de acordes se espalhavam por toda a casa. Aos poucos fui alçando vôos em fontes diferentes e a vontade de criar trouxe-me as primeiras músicas, realmente minhas!

Os meses que passei na Europa, em 1999, trouxeram pra minha vida influências diversas, nunca antes imaginadas, e identifiquei-me, em especial, com aquela que chamo de “música popular francesa”. De volta ao Brasil, início de faculdade, pintou a vontade de tocar “de verdade”. Eu e um amigo de lá, o Paulo, mais dois outros, Vinícius e Thiago, formamos o Madrugas em 2001. Apesar de um primeiro ano fantástico, com abertura de grandes shows na Região dos Lagos e a vitória, junto a 7 outras bandas, no Rock Fest, onde a premiação foi a gravação de um show no Ballroom, nem chegamos ao segundo. Com um Ballroom lotado, o que seria uma noite inesquecível ganhou esse adjetivo por ter sido a última. Mas o show foi fantástico!

A partir de então, não imaginei que voltaria a dedicar-me a música. Continuava a tocar e cantar, mas agora em bares, com dois amigos da faculdade. Também continuava a compor, mesmo tendo a certeza que aquelas músicas não teriam um destino. Foi então que, meio sem querer, em meio a tanta coisa, no dia 02/03/2004, em um ensaio, nasceu a banda Dois de Março. Uma reunião de 5 músicos que se juntaram para fazer um show no dia 06/03/2004. Seria apenas um show, esse show...

Naquele ensaio, além da banda, nasceram também a amizade e o sonho, o que moveu a Dois de Março por 3 belíssimos anos. Desde então, foram mais de 50 apresentações, com passagens por casas como Cine Íris, Teatro Odisséia, Néctar, Big Ben Pub, Bukowsky, Saloon 79, Hideaway, Pub9, Convés, Cittá América, La Playa, Café Muzik (JF), entre outras. Também passamos por outras cidades, como Cabo Frio e Itaperuna e abrimos dois shows do Tianastácia, em Muriaé e Itanhandú, cidades de Minas Gerais.

Para mim, música soa melhor como canção. Não é determinada pelo ritmo e sim pela intensidade. Não chega aos ouvidos, atinge a alma. Um acorde causa arrepio, a letra foi escrita exatamente pra você, que está ouvindo naquele momento. Cada nota revela uma verdade, abre uma porta e liberta as idéias, deixa fluir sonhos e viagens. É uma linguagem única, feita para quem tem coração e sensibilidade, contruída de sensações e percepções da vida.

3 comentários:

Anônimo disse...

É, Arthur..
Mais uma vez tenho que bater palmas pras suas "escrituras" rsrs..

Tem gente que pensa que nem eu, age que nem eu mas que não escreve que nem eu. Ainda não consigo passar nem 10% das coisas que eu sinto e penso pro papel.

Acredito que, além do que você escreveu sobre "música", ela une pessoas com o mesmo objetivo e vontade, e é por isso que eu tenho muito orgulho de ter você como meu amigo e CANTOR da minha banda! =)


Abraço.

Anônimo disse...

Fala meu brother...

Ainda nao conhecia esse seu talento para escrever. E nem tinha conhecimento desse texto. Mas foi muito bom participar de boa parte dessas experiencias. Espero poder continuar, mesmo que agora mais distante, fazendo parte...

Pablo

Natty disse...

Quando vou finalmente ver 02/03 de volta? Antes do próximo Eclipse? sss

Beijos
Trancinha