terça-feira, 13 de janeiro de 2009

faixa de gaze

Neste último sábado, em alguma hora da madrugada, estou em frente à TV, mudando de canal na busca por algo interessante durante a minha “cerimônia de sono”, antes de ir pra cama.

Parei em um canal de notícias que comentava o dia de combates na Faixa de Gaza. Aquela história: imagens lamentáveis, narradas pela dinâmica de bombardeios e imbecilidades que envolvem uma guerra. Essa, em particular, é tão bizarra que, se pegarmos uma manchete de jornal de 10 anos atrás sobre o assunto e trouxermos para os dias de hoje, não seria surpresa/novidade para ninguém.

Voltando a TV: o noticiário dizia que, naquele dia, houve uma parada de 3h para o atendimento humanitário. As autoridades cessam fogo diariamente por um período para que a população de Gaza possa receber auxílio médico e suprimentos. Resumo: os caras bombardeiam-se como loucos, uns aos outros, matam uma penca de gente e, como trata-se de uma galera super “gente fina”, dão uma parada para que aqueles que tomaram chumbo na cabeça estejam prontos para mais fogo, para quando o ataque é reiniciado. Como diz um camarada: "Esse mundo está todo fodido, cara".

Imagine um diálogo de soldados do exército israelense:

- General: Vai, solta aquele míssil ultra-power-mega destruidor! Vamos “tocar o terror” e destruir essa Faixa de Gaza toda. Com esse míssil vamos matar todos os infelizes desses palestinos radicais.
- Soldado: Mas General, falta 1 minuto para 12h, quando começa o atendimento humanitário. Não podemos soltar esse míssil ultra-power-mega destruidor agora. Vai dar merda...
- General: Verdade! Segura aí o míssil. Os coitados estão todos fudidos lá. Merecem ajuda e cuidado. Não vai ser desumano e lançar essa porra agora, heim soldado!

Isso parece brincadeira. Afinal, que guerra não quer matar?

E aquelas imagens do combate começaram a levar-me a questionamentos básicos, como: em pleno século XXI, porque ainda existe incentivo de avanço da indústria bélica? Porquê ainda são fabricados canhões, mísseis, metralhadoras e etc? Será que vai chegar o dia em que as pessoas entenderão que violência gera violênca? Será que um dia todos saberão que ódio, raiva e rancor não são respondidos com amor, carinho e cuidado?

Não sou inocente ao ponto de não enxergar as questões culturais e, principalmente econômicas/financeiras que motivam qualquer guerra. Mas todas essas perguntas estão em torno de uma maior:

Será que um dia as ações das autoridades pelo mundo serão em direção de levar paz e bem-estar aos povos, pensando primeiramente nos seres humanos?

3 comentários:

Schirmer disse...

Caríssimo,

Que saudade!! Espero contar com sua crítica sempre!

Aliás, seu post dá uma "lavada na alma".

Ouso responder à segunda pergunta, com meus pareceres religiosos: um governo mundial está à porta, só esperando que todas as nações do mundo comecem a clamar por uma solução global, seja ela política, financeira, bélica ou religiosa. Ou todas as anteriores juntas!

O que está aí é apenas a ponta do Iceberg.

ABRAÇOS SAUDOSOS!!

adriana nolasco disse...

Vim aqui visitar e vejo olhos bem abertos. O que faz com que as contradições entrem sem cessar. E elas sempre parecem nos atravessar a despeito de tudo, rasgando. O que talvez possa fazer alguma diferença é ter gente que assume os afetos, a sensibilidade e põe ela no mundo a serviço de uma vida intensa e em favor da própria vida. Acho que estamos todos em trânsito. E no caminho foi muito bom encontrar esse outro caminho aqui. Falta falar que também gostei muita da sua visita e do presente que deixou lá. Obrigada.

nandalimapb disse...

Obrigada pela visita ao meu espaço... Gostei muito dos textos que publicastes.

Abraço.